o que importa (o romantismo de quatro)

passados esses primeiros dez dias pós-picareta, quero deixar tudo limpinho e às claras para que nenhum dos esforços seja interpretado como amador, vil ou vão no infringir dos ovos.

pra começo de conversa: a primeira picareta em si foi sim um verdadeiro sucesso pelo excesso; mas algo que não havia me ocorrido rolou (deve-se sempre dar crédito ao fator 'surpresa').

uma das bases da parada, e creio que uma das mais importantes, era que os convidados divulgados e escalados tivessem primazia na leitura de sus poemas and poesias; independente de quantas vezes.

as pessoas que estivessem afim poderiam participar tranquilamente quando os poetas não estivessem fazendo ninguna intervenção. o esquema era realmente informalzão pernaberta, como é toda festa (quem quisesse mandar uma letra, teria com certeza seu tempo, sua voz, sua vez). daí me perguntam: e que que esse povo elencado tinha de mais para ser tratado tão diferente do restante? respondo: qualidade. acompanho o trabalho de cada um deles há tempo suficiente para achá-los du caralho, excelência no que fazem. botei fé que conteúdo e muita onda não iria faltar. além do que, vieram de vários lugares do brasil só pra dar uma moralzinha na brincadeira.

o problema que me deixou bolado foi do lado de dentro mesmo. a picareta teria seu início certo às oito da noite, apenas com intervenções da galera com discotecagem ao fundo, e às 22 hs começaria a banda (e quem quisesse recitar com a banda fazendo trilha ou intercalando entre uma música e outra, tava de acordo). mas apesar da correria toda, o som só ficou realmente pronto e operante às dez e meia pra onze horas. não vi outra saída senão botar a galera pra tocar o barco do jeito que dava e assim que um dos autores achasse que tava pronto; entrava com toda a cana y testosterona do mundo no picadeiro.

mas de repente e não mais que de repente, pintou a inesperada aparição do medo dos palcos. como foi tudo numa levada só, sem aviso prévio (chuva que se anunciou e que me fez até rezar pra minha santa madrecita pra me dar uma força cum pequenino milagre maternal – chuva? chuva nenhuma!; equipamento de som atrasado por conta do meu irmão apoio cultural borel di-di-di-diei; poetas dispersos com a galera; robertão em ritmo de aventura; muita emossaum pu meo core etc etc); várias das cabeças que estavam confirmadas ficaram intimidadas porque a rua minou louca e absurdamentch com o nuestro midnight batuque. resultado: alguns bons autores permaneceram na encolha porque não queriam quebrar o clima da festa. em contrapartida, tivemos outros metralhas especialíssimos (telma scherer, carlos carlos, cláudia 'peitim' alencar, beatriz galvão, caco & cia, e putaqueupariu pica-pau, fora os músicos improvisados) que não estavam no script e somaram bonito no coletivo.

além lógico dos que não se inibiram nem um pouco como foi o caso do chacal, do tchello, rodolfo, da lorena e dos 3então, que diga-se de passagem e com toda a força do elogio que me cabe, mandaram muito bem e foram ovacionados como se estivessem no maracanãzim (exageros à parte, foi isso que sentiu o dionísio bêbado que habita em mim).

resumindo o resumido; se depender de mim e do val que assumimos esse lance enquanto uma produção única, bacanuda e bossa 9; picaretas se multiplicarão até a igreja católica dizer chega.

por ora é isso, porque a vida é além. evoé, alegria e roquen rou meus grandes, meus nobres picaretas!

bossa9@bossa9.com