A Picareta é um troço sem explicação, uma caixinha de
surpresas. Quando penso que já rolou de tudo, eis que pinta algo completamente
novo que tava fora do roteiro inicial e dá outra cara pra parada.
Quem tá diretamente envolvido com o evento (diga-se de
passagem: eu, a Luiza e a Lia da OFF FLIP, minha mulher, meu irmão Borel, os
poetas e músicos previamente convidados e diversos amigos queridos) sabe a
tensão, a responsabilidade e a correria que acontece por trás dos bastidores. Porque
para os demais, aquilo tudo flui de maneira muito tranquila, organizada e
natural. E no fim das contas, a opinião da galera é o que conta.
A saga começou às 22h30 com a impecável e também breve
apresentação do multiartista paratiense Luís Perequê. Depois do pontapé
inicial, a poesia entrou em cena com força total. Matheus José Mineiro, Daniel Novik,
Mano Melo, Alice Souto, Tchello Melo, Rodrigo Raro, Felipe Rey, Tiago Malta, Felipe Cataldo, Allan Dias Castro, Leo Gonçalves, Flávio de Araújo, Raimunda Frazão, Igor Cotrim, Carlos Mambucaba, Domingos Moura de Oliveira, Ananita Rebouças, Regina Vilarinhos,
Thiago Bastos, Giovani Baffô, Berimba de Jesus, Nina Flor Adlin, Victor Rodrigues, Renan Inquérito, Rodrigo Ciríaco, Dudu Pererê e
vários outros poetas deram graça e recheio pro esquema, que transcorreu com
classe total. Sem falar na delicada e emocionante participação de Cintia Luando,
a rosa púrpura de Teresópolis, que encantou todos os presentes com sua música e
poesia.
Nada passou batido. Houve música (um pouco daqui, um pouco
do bar ao lado, um pouco da praça), muita poesia e a presença pontual das tradicionais
cachaças Coqueiro e Paratiana. E não foi só isso: pela primeira vez em sua
trajetória, a Picareta abriu espaço para a Navilouca Livros, uma editora nova e
cabeça aberta, que fez muito mais que divulgar seu nome e catálogo, e
surpreendeu tutti mondo com a distribuição gratuita de livros e o
sincero convite aos poetas e escritores que desejam publicar suas coisas, mas
que não têm esta abertura por parte das médias-grandes editoras.
Resumindo a odisseia: puro sucesso!
Resumindo a odisseia: puro sucesso!
Agora uma nota, antes de fechar este comentário geral: quem
estava lá, me ouviu declarar abertamente que esta foi a última edição da Picareta
Cultural. Pois bem, esse papo merece um corretivo e uma explicação pelo
seguinte:
1º) No dia 28 de julho, último sábado do mês, o pessoal da Picareta estará presente, vivo e operante no Labirinto Poético, que acontece a partir das 19h no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, no centro do Rio de Janeiro. Fica aí o convite pra quem mora na Guanabara.
2º) Disse que essa Picareta era a última por conta de diversos motivos relacionados à sua produção, que há cinco anos, permanece independente junto à OFF FLIP. Não é novidade pra ninguém que a OFF faz tudo na garra, contando apenas com o “apoio” da Prefeitura de Paraty (para outras informações, leia aqui), mas esse apoio é sempre ridículo e deixa a desejar; acabando por limitar e comprometer toda a programação literária e de eventos. E isso precisa mudar.
Os poetas e músicos convidados para a Picareta, por
exemplo, participam do evento porque simpatizam com a ideia e gostam de
estar ali, mas são muito, mas muito generosos porque ir à FLIP por conta própria, sem
nenhuma ajuda de custo ou patrocínio (ou uma hospedagem garantida), é muito
amor, é um ato heróico. E um evento que toca visceralmente a banda desde 2008 na base do
sangue-suor-raça-e-lágrimas, não pode depender sempre de favores. Ele precisa amadurecer
e se tornar algo legal pra todos os envolvidos.
Enfim,
encarem isso como um desabafo. Podem ter certeza que a Picareta Cultural
voltará a acontecer na OFF FLIP e na FLIP, desde que o cenário se modifique e as
coisas realmente melhorem.
E pelo sim
e pelo não, é bom criar um suspensezinho para segurar a audiência e manter
o ibope da Picareta lá em cima.
Obrigado Brasil e até a próxima!
Obrigado Brasil e até a próxima!
Showwwww de Picareta!!!
ResponderExcluir